Falar de amor não é amar


sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Comodismo





Confesso que deixo as coisas rolarem, se consertarem por si mesmas ou sairem de eixo por completo. Coloco todas as certezas entre aspas, procuro fôlego debaixo das cobertas e me destraio pensando em como seria bom não pensar em nada. Minha vida se resume em tentar, no “só mais uma vez”, nos detalhes que passam despercebidos, na porta entreaberta que me convida a retornar ao passado. Não sinto sono, nem frio. Só saudade. Tomo um café amargo, abro os olhos e te esqueço por alguns segundos, pisco os olhos e te vejo outra vez. Me apego as coincidências, ao acaso. Gostaria de viver com os olhos fechados, talvez assim eu evitasse dar de cara com o amor sempre. Pulo do barco na maioria das vezes, tenho medo da chegada, do último suspiro, do adeus. É difícil. Mas com o tempo eu aprendo. Eu acostumo.

Cansei


Então pode ir. Leve as recordações no ombro e carregue as lágrimas da despedida, eu não aguento mais. Cheguei a implorar qualquer sopro de amor que pudesse vir de você, me rastejei, fui fiel. Era um fidelidade diferente, afinal eu não tinha você, mas não enxergava ninguém. Cada abraço dado era uma nova vida, e as lágrimas enterropidas por sorrisos no meio das brigas me deixavam incessantemente apaixonada. Eu podia passar a noite toda pensando em um futuro longo com você, imaginando milhares de desentendimentos e carinhos, brincadeiras e conversas. Mas só eu. Você queria alguém mais importante, indispensável e até mesmo difícil. Pois eu sempre estive aqui, ao seu dispor, em suas mãos não é? Já chega. Tanto me avisaram, tanto me pediram para desistir, e eu continuei. Aqui, cega e rastejando ao seu lado. Me sentia incompleta e um tanto desorientada. Amor incoerente esse nosso, digo, meu. Cheio de delongas e desculpas repetidas. Depois de tanto tempo, a realidade me puxou e disse - “Sai!”. Tive que sair de você, e agora você quem vai sair. Eu sei que vai doer em você, mais do que em mim. Eu era uma amiga, você um amor. Não ia dar certo, não deu, nem chegou perto. Aprendi com o erro, cansei.



Só quem escreve sabe o valor de cada texto.

terça-feira, 27 de setembro de 2011


– SÓ SEI QUE NÓS NOS AMAMOS MUITO…
– PORQUE VOCÊ ESTÁ USANDO O VERBO NO PRESENTE? VOCÊ AINDA ME AMA?
– NÃO, EU FALEI NO PASSADO!
– CURIOSO NÉ? É A MESMA CONJUGAÇÃO.
– QUE LÍNGUA DOIDA! QUER DIZER QUE NÓS ESTAMOS CONDENADOS A AMAR PARA SEMPRE?
(…)
– E NÃO É O QUE ACONTECE? DIGO, NOSSO AMOR NUNCA ACABA, O QUE ACABA SÃO AS RELAÇÕES…
– PENSAR ASSIM ME ASSUSTA.
– POR QUE? VOCÊ ACHA ISSO RUIM?
– É QUE NESSAS COISAS DE AMOR EU SEMPRE DÔO DEMAIS…
– VOCÊ USOU O VERBO ‘DOER’ OU ‘DOAR’?
(PAUSA)
– POIS É, TAMBÉM DÁ NO MESMO…
"- Caio Fernando Abreu"

É difícil viver sem você, eu admito. Quando a saudade chega a solução é abafar as lágrimas no travesseiro, ou pensar na morte. Que no final dá no mesmo. Não sei se aguento, e o pior é não poder dizer “Me ajuda?”. É tão estranho olhar para você e não tremer na base, não gaguejar, não sentir o oxigênio acabar, meu sangue congelar, o coração acelerar, a pupila dilatar. Não sentir você. Repito todos os dias que nao te amo mais. Talvez assim o cérebro grave o que o coração insiste em negar.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011








TUDO NOS MATARÁ: O EXCESSO, A FALTA, O MEIO TERMO - O TÉDIO.

-DEVÍAMOS TER MAIS OPÇÕES DE ESCOLHA.
-COMO ASSIM?
-ESCOLHER DE QUEM GOSTAR.

Não quer dizer que eu siga minha opnião, rs

SEMPRE ACHO QUE NAMORO, CASAMENTO, ROMANCE, TEM COMEÇO, MEIO E FIM. COMO TUDO NA VIDA. DETESTO QUANDO ESCUTO AQUELA CONVERSA:
- “AH, TERMINEI O NAMORO…”
- “NOSSA, ESTAVAM JUNTOS HÁ TANTO TEMPO…”
- CINCO ANOS…. QUE PENA… ACABOU.”
- É… NÃO DEU CERTO.”
CLARO QUE DEU! DEU CERTO DURANTE CINCO ANOS, SÓ QUE ACABOU. E O BOM DA VIDA, É QUE VOCÊ PODE TER VÁRIOS AMORES. NÃO ACREDITO EM PESSOAS QUE SE COMPLEMENTAM. ACREDITO EM PESSOAS QUE SE SOMAM. ÀS VEZES VOCÊ NÃO CONSEGUE NEM DAR CEM POR CENTO DE VOCÊ PARA VOCÊ MESMO, COMO COBRAR CEM POR CENTO DO OUTRO? E NÃO TEMOS ESSA COISA COMPLETA.
ÀS VEZES ELA É FIEL, MAS É DEVAGAR NA CAMA.
ÀS VEZES ELE É CARINHOSO, MAS NÃO É FIEL.
ÀS VEZES ELE É ATENCIOSO, MAS NÃO É TRABALHADOR.
ÀS VEZES ELA É MUITO BONITA, MAS NÃO É SENSÍVEL.
TUDO JUNTO, NÃO VAMOS ENCONTRAR. PERCEBA QUAL O ASPECTO MAIS IMPORTANTE PARA VOCÊ E INVISTA NELE. PELE É UM BICHO TRAIÇOEIRO. QUANDO VOCÊ TEM PELE COM ALGUÉM, PODE SER O PAPAI COM MAMÃE MAIS BÁSICO QUE É UMA DELÍCIA. E ÀS VEZES VOCÊ TEM AQUELE SEXO ACROBATA, MAS QUE NÃO TE IMPRESSIONA… ACHO QUE O BEIJO É IMPORTANTE, E SE O BEIJO BATE: SE JOGA; SE NÃO BATE: MAIS UM MARTINI, POR FAVOR, E VÁ DAR UMA VOLTA. SE ELE OU ELA NÃO TE QUER MAIS, NÃO FORCE A BARRA. O OUTRO TEM O DIREITO DE NÃO TE QUERER. NÃO BRIGUE, NÃO LIGUE, NÃO DÊ PITÍ. SE A PESSOA TÁ COM DÚVIDAS, PROBLEMA DELA, CABE A VOCÊ ESPERAR… OU NÃO. EXISTE GENTE QUE PRECISA DA AUSÊNCIA PARA QUERER A PRESENÇA. O SER HUMANO NÃO É ABSOLUTO. ELE TITUBEIA, TEM DÚVIDAS E MEDOS, MAS SE A PESSOA REALMENTE GOSTAR, ELA VOLTA. NADA DE DRAMA. QUE GRAÇA TEM ALGUÉM DO SEU LADO SOB PRESSÃO? O LEGAL É ALGUÉM QUE ESTÁ COM VOCÊ, SÓ POR VOCÊ. E VICE-VERSA. NÃO FIQUE COM ALGUÉM POR PENA. OU POR MEDO DA SOLIDÃO. NASCEMOS SÓS. MORREMOS SÓS. NOSSO PENSAMENTO É NOSSO, NÃO É COMPARTILHADO. E QUANDO VOCÊ ACORDA, A PRIMEIRA IMPRESSÃO É SEMPRE SUA, SEU OLHAR, SEU PENSAMENTO. TEM GENTE QUE PULA DE UM ROMANCE PARA O OUTRO. QUE MEDO É ESTE DE SE VER SÓ, NA SUA PRÓPRIA COMPANHIA? GOSTAR DÓI. MUITAS VEZES VOCÊ VAI SENTIR RAIVA, CIÚMES, ÓDIO, FRUSTRAÇÃO… FAZ PARTE. VOCÊ CONVIVE COM OUTRO SER, UM OUTRO MUNDO, UM OUTRO UNIVERSO. E NEM SEMPRE AS COISAS SÃO COMO VOCÊ GOSTARIA QUE FOSSE… A PIOR COISA É GENTE QUE TEM MEDO DE SE ENVOLVER. SE ALGUÉM VIER COM ESTE PAPO, CORRA, AFINAL VOCÊ NÃO É TERAPEUTA. SE NÃO QUER SE ENVOLVER, NAMORE UMA PLANTA. É MAIS PREVISÍVEL. NA VIDA E NO AMOR, NÃO TEMOS GARANTIAS. NEM TODA PESSOA QUE TE CONVIDA PARA SAIR É PARA CASAR. NEM TODO BEIJO É PARA ROMANCEAR. E NEM TODO SEXO BOM É PARA DESCARTAR… OU SE APAIXONAR… OU SE CULPAR. ENFIM… QUEM DISSE QUE SER ADULTO É FÁCIL?

Sinto muito.


Hoje eu não quero falar de amor. Só por hoje, eu peço, me deixe falar sobre mim. Sobre toda essa saudade de momentos não vividos. Porque amar cansa, e é destinado aos fortes. Deixe-me desentulhar essas recordações passageiras, reerguer minhas vontades, fazer de conta que sou mais minha que dos outros. Eu tenho essa mania de doar. Doar tudo. Entregar assim mesmo, de mão beijada, meus segredos. Nunca fui boa em guardar nada. Não quero falar de amor porque desaprendi seu significado. Sim, também o perdi. Perdi todo e qualquer resquício de compaixão ou afeição. É pedir muito querer ficar só? Deixe-me tentar manter de pé meus castelos, não suspirar por ninguém. Gosto de me prender ao vazio. É errado? O vazio pelo menos não destrói. Dele eu não passo, ou fico, ou saio. Me conforto na incredulidade, porque o “crer” depende das circunstâncias. E as atuais não são nada boas. Eu sei, é repugnante pensar que alguém é quase ou totalmente ausento de sentimentos. E eu não sou, só finjo. A aparência, o mostrar-se forte, valem mais que o ser. Que o sentir, de fato. Eu não quero falar de amor porque ainda dói. Ainda é viva aqui, a marca do último olhar. O destino é continuamente reescrito, meu bem, e esconde suas mãos. Não é à toa que nada disso faz muito sentido. Eu amei implorando resposta para uma pergunta que nunca fiz. Eu esperei certeza de uma corda bamba e me afoguei na esperança de ser compreendido. Eu sinto saudade, confesso. Do que eu era antes de ser envolvida por alguém que mal sabe meu nome. Criei uma personalidade inexistente, tentei burlar minha fragilidade, quis fugir da minha essência, negar meus medos e esconder minha timidez. Tudo isso em troca de um adeus que eu nunca dei. Eu não quero falar de amor porque há amor em tudo. Ou apenas excesso em mim. Porque eu me desmancho em lágrimas quando citam seu nome e não encontro força pra voltar atrás. Me diga, aqui, baixinho mesmo, onde foi que nos perdemos? Eu preciso retomar as rédeas da minha vida, desapegar-me de toda essa banalidade super valorizada. Eu não quero falar de amor porque, no fundo, eu sou só isso. E não quero ser. Não quero ser fantoche mais uma vez, um coração lutando por dois. Espírito forte e a carne fraca, com a tristeza estampada no rosto por não ter com quem dividir momentos ou fraquezas. Aquelas histórias engraçadas ou o sonho da noite passada. Hoje eu não quero falar de amor, quero inverter os papéis. Você sente e sofre. Enquanto eu só sinto. Sinto muito.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011



Você foi a mentira, que eu mais gostei de acreditar.

Só ausências.



Eu acredito que um dia passe. Toda essa angústia contida no peito, toda essa falta e exagero de pessoas fúteis. Me considero louca por precisar tanto assim dos outros, queria nascer de novo, com uma personalidade ainda mais forte, mais determinada, menos infeliz. Mas eu não sou infeliz por conta do que vivo, e sim pelo o que deixo de viver. Passo horas encarando a solidão, aguardando uma resposta para minhas dúvidas. E não, eu não movo uma palha para encontrá-las. E enquanto não acontece, não dura e nem chega, irrealizo qualquer vontade que dependa de esforço. Não tenho motivos. Aliás, até os tenho, e muitos por sinal… Mas não saber o que acontecerá depois me desanima, me entristece, me deixa sujeito a não modificações. Sejam elas pelo tempo, pelo convívio ou pelo tato. Pelo ver, sentir ou ter. Eu não sou pessimista, e o copo está meio cheio para mim. Mas de morte, tristeza, exclusão. Ao contrário de muitos, eu até gosto de dias ruins. Eles significam que algo melhor estar por vir, entende? Como uma tarde ensolarada que abusa do calor para enviar chuva. Não sou tão preguiçosa a ponto de esperar que as coisas caiam assim, do céu. Mas não tenho coragem suficiente para agir. Fico no meio termo, quase sempre. Não é questão de pensar, e sim de deixar fluir por si só. É tanta negação que meu rosto transparece desinteresse até mesmo quando estou interessada, até quando preciso. Não reclamo de atenção. Talvez esteja sendo cruel demais com os fatos, ou severa comigo mesma. Insatisfeita com a vida e com nenhuma ou pouquíssima energia, passei a carregar meus sonhos inacessíveis dentro do bolso, apenas para não perder o costume. Apenas para não me cansar mais. E na esperança de ver tudo mudar, observo a realidade da maneira mais seca possível, e então me distancio. Porque se manter longe ou invisível é mais seguro. E tudo isso não é drama, nem culpa. Só ausências. Que se preenchidas agora não fazem mais tanta diferença.

Não espere nada de ninguém.


EU TENHO ESSA MANIA DE NUNCA QUERER ESPERAR TROCO, RECIPROCIDADE, DEVOLUÇÃO. EU ENTREGO E TANTO FAZ. SEJA AMOR, VERDADE OU PAZ.

Déborah C. Lehmert
Não é tão difícil esquecer, quando se quer esquecer;
E quando não se quer?
Não tente entender o que se passa
na cabeça de uma mulher...
Nós não entendemos, e esse é
apenas mais um privilégio
- que vale lembrar -
é só nosso.




Se você está perto de mim, Eu te odeio; 
Se está indo embora embora, Eu te amo.
Se me pede para ficar, eu vou embora;
Se me manda sair, insisto que devo ficar.
Se você tem ciúmes, é porque não confia em mim;
Se não tem, é porque é indiferente e insensível.
Se recebo um elogio seu, eu rio e não acredito;
Se não elogia, sinto-me um lixo e te odeio por isso.
Se quer me encontrar "do nada", você não tem juízo;
Se não me procura, permaneço num estado de loucura.
Quando o que eu mais quero na vida é estar com você,
demonstro o contrário, só para não ficar por baixo.
Quando o que você mais quer na vida é me ter,
preciso de provas de amor e costumo dizer: deixa acontecer...
Quando seus olhos me mostram o amor,
eu desvio, já que sempre que posso, fujo da dor.
Quando choro de saudades,
você chora de tanto rir de suas próprias maldades.
Quando eu der a volta por cima,
você vai chorar de verdade.



Créditos ao blog : http://sweetestdani.blogspot.com/